Tecnologia verde controla praga nas flores
Um dos maiores inimigos das flores e outras espécies de plantas, como o morango, pêssego, feijão e algodão, é o ácaro-rajado. Para limitar os danos causados pela praga, os produtores muitas vezes precisam utilizar largamente vários tipos de acacaridas. O pesquisador do Instituto Biológico, Mário Eide Sato, comentou sobre o assunto: “A aplicação constante do produto tem tornado as pragas mais resistentes. Alguns produtores de flores, por exemplo, têm obtido níveis de controle abaixo de 20%” comenta o pesquisador.
O Instituto Biológico realizou uma série de estudos junto a produtores de flores em Holambra e Arujá para avaliar a resistência dos ácaros que mais comumente atacam as flores. A partir dessas análises, realizadas em laboratório, foi desenvolvida uma tecnologia para combater o ácaro que prejudica as plantas. Foram selecionados ácaros-predadores, como o Neoseiulus califormicus, e o Phytoseiulus macropolis, que atacam apenas o ácaro-rajado. Essas espécies se alimentam de ovos de outros ácaros, além de ácaros jovens.
Com essa nova tecnologia desenvolvida, já foi possível diminuir em 70% a aplicação de acaricidas em gérberas e crisântemos, em produtores do Estado de São Paulo. No caso de rosas e orquídeas, os resultados foram ainda mais promissores: a necessidade de utilização de produtos químicos para combater ácaros praticamente zerou, segundo o Instituto Biológico.
Mas não basta somente realizar a liberação dos ácaros-predadores em campo. É preciso fazer o momento correto para efetuar a operação. Além disso, os trabalhadores rurais precisam passar por um treinamento para utilizar os acaricidas e, conforme o nível de infestação, pode ser necessário fazer três aplicações por dia em campo.
Hoje, o Brasil possui cerca de 8 000 produtores de flores, que cultivam 3 000 variedades em aproxidamente 15 000 hectares totais de área. O setor gera 215 000 empregos. Em 2014, esse mercado movimentou cerca de R$ 5,7 bilhões.
Fonte: Revista Globo Rural.