Brasil quer aumentar uso do biodiesel para poluir menos

O diretor do Departamento de Biocombustíveis do Ministério das Minas e Energia, Ricardo Dornelles, afirmou na Conferência Internacional de Biodiesel (27-10-15) em São Paulo, que o governo brasileiro proporá o aumento da mistura do biocombustível no diesel mineral, para atingir as metas de redução de gases de efeito estufa do país com as Nações Unidas, a serem apresentadas na Conferência do Clima da ONU em Paris no fim do ano.

Ricardo Dornelles também comentou, que o Ministério do Meio Ambiente (MMA), está estudando o melhor percentual de aumento de presença de um óleo no outro, que deverá ser proposto. A um tempo atrás o Ministério do Meio Ambiente, se manifestou favorável à medida, fundamental para se alcançar as metas propostas.

O documento do Ministério das Relações Exteriores encaminhado às Nações Unidas, com a intenção de proposta do Brasil, apresentado em recente seminário preparatório da COP 21, prevê o aumento da mistura, bem como o uso mais intensivo de fontes de energia renovável, veicular, como etanol de segunda geração, e biomassa e gás natural para geração de energia elétrica.

Dornelles no seu primeiro dia de Conferência, voltou a abordar os benefícios que o biodiesel oferece. Para ele, estas vantagens precisam otimizar seus efeitos, sobretudo monetizando-se, ou seja, agregando valor, não só à cadeia produtiva do biocombustível, mas também na economia de recursos no tratamento de doenças causadas pela poluição atmosférica que o uso do óleo ajuda a reduzir. Sem falar na economia de recursos na balança comercial com a redução de importações de diesel mineral, substituído em parte pelo biodiesel.

O diretor superintendente da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (APROBIO), Julio Cesar Minelli, em sua palestra sobre os efeitos do biodiesel na economia do país e das cidades com usinas do biocombustível, colocou que o país gastou até o momento US$ 8,7 bilhões em importação de diesel. “E ela só não 30% maior por causa da produção interna de biodiesel”, complementou ele. Segundo Julio, enquanto a produção de diesel cresceu 20% no ano passado, o consumo aumentou 34%.

Ricardo Dornelles disse que o planejamento decenal do Ministério prevê um déficit de 10 a 12 bilhões de litros na importação de diesel. Para ele o biodiesel é sim a solução neste cenário, ao equilibrar a cadeia de soja. “Se não tivéssemos hoje o B7 (7% de biodiesel por litro de diesel), o país teria que exportar o óleo de soja excedente por um preço baixo, derrubando o valor de toda a cadeia produtiva”, lembrou Dornelles.

Para alguns executivos do governo federal que palestraram no evento, substituir o diesel pelo biodiesel é um grande benéfico, pois seu crescimento sustentado melhora a saúde pública e agrega valor à cadeia produtiva, promovendo a agricultura familiar no fornecimento de matérias primas, além de desenvolver outras cadeias da agroindústria.

Os diretores e palestrantentes da Conferência não deixaram de observar, que tudo isso depende da disponibilidade de matéria prima, da sua diversificação, para que a indústria não fique refém do óleo de soja. Para ele, quanto mais competitivo o biodiesel brasileiro for, melhor para o consumidor final e para o país!

Fonte: Investimentos e Noticias

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