Embrapa cria equipamento que detecta greening antes de sintomas aparecerem

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desenvolveu um equipamento capaz de diagnosticar de forma rápida uma doença comum em plantações de laranja, conhecida como HLB ou greening, a mais destrutiva nos pomares brasileiros. A grande vantagem da técnica é identificar as plantas doentes, mas antes que os sintomas apareçam. O HLB é uma doença sem cura causada por bactéria, com potencial de acabar com toda a plantação. Quanto antes o diagnóstico for feito, melhor para o produtor.

O equipamento chamado de Photon-Citrus, é compacto e tem baixo custo de análise. Já passou pelas fases de pesquisa e estudos em laboratório, e os resultados animam os pesquisadores envolvidos no projeto. “Nós temos estudos em laboratório que mostram as taxas de acerto em torno de 90% em relação às três classes de folhas: sadias, sintomáticas e assintomáticas”, conta a pesquisadora da Embrapa Anielle Ranulfi.

O software usa uma técnica chamada espectroscopia de fluorescência. Segundo a pesquisadora, ele possui um LED que, ao incidir sobre a folha, excita alguns compostos que respondem também emitindo luz. Essa luz é captada e separada nos seus diferentes comprimentos de ondas no equipamento e, como resposta final, a gente tem o espectro de fluorescência, afirma a pesquisadora.

O diagnóstico da doença (greening) é feito por meio de inspeção visual, a olho nu, porque a outra opção é um exame de DNA que tem custo inviável para os produtores. Uma equipe treinada pela própria fazenda contratada, caminha pelo pomar em busca dos sintomas da doença nas plantas. Uma vez detectada a doença, pé é erradicado para evitar que a bactéria seja transmitida, explica a pesquisadora Ranulfi.

A técnica usada para o diagnóstico, foi desenvolvida partindo do fato de que plantas sadias tem uma composição química diferente da de plantas doentes. A gente consegue fazer esse diagnóstico por meio das diferenças no perfil espectral obtido. Como a medição é simples e rápida, permite que os produtores testem todo o pomar, e eles podem até construir mapas de infestação da doença, por exemplo, para tratar as regiões com maior infestação de forma diferente, evitando o uso exagerado de agrotóxicos, diz a cientista.

O protótipo está em fase final de testes na Embrapa, e está previsto para encerrar em 2016, e o pedido de patente pela invenção já teria sido feito. A Embrapa não pode produzir ou comercializar, então a intenção é transferir essa tecnologia para uma empresa que esteja disposta a produzir o equipamento. A técnica agora está sendo estudada para outras culturas também, diz Anielle Ranulfi.

Fonte: Canal rural.

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